Elódea




Nome científico: 

Egeria densa


Nome Popular: 
Elódea, Elodeia, Anacharis.


Família: 
Hydrocharitaceae (Hidrocaritácias)

Origem: 

Primariamente encontrada na América do Sul e Central, mas já apresenta caráter cosmopolita.


Substrato fértil: 
Indiferente.


Iluminação: 
Média à forte, de 0,6 à 1,5 w/l.


CO²: 
Indiferente.


PH: 
5,5 à 8.


GH: 
5 à 30 dH.


Temperatura: 
10 à 26ºC.

Porte: 

De 40 à 80 cm normalmente, mas com frequentes casos de plantas com 100 cm de comprimento.


Crescimento: 
Muito rápido.


Cuidado: 
Fácil.


Características: 
Uma das primeiras plantas adquiridas por aquaristas iniciantes, a Elódea figura ou já já marcou presença em quase 100% dos aquários pelo mundo. E não é para menos: sua rusticidade, beleza e utilidade são inegáveis.

Essa planta originária de climas subtropicais, sendo erroneamente considerada como uma planta de "água fria" é muito útil, tanto como ornamento ou como item ativo na composição dos tanques. É uma planta fixa mas que apresenta caráter flutuante: pode ser muito bem mantida tanto enterrada como flutuando solta pelo aquário. Lança pequenas e longas raízes brancas em direção ao substrato quando solta, mais na intenção de mantê-la no lugar do que absorver propriamente nutrientes da camada fértil.

Na verdade ela apresenta um desenvolvimento ainda maior quando flutuando, o que tem uma explicação lógica: ao flutuar, recebe luz mais intensa em toda sua estrutura, o que não acontece quando a enterramos (a base próxima ao substrato recebe pouca luz). Na natureza essa planta encontrasse fixa em locais muito bem iluminados, frequentemente em córregos da baixa profundidade, ficando quase que totalmente na horizontal e recebendo incidência direta da luz do sol por toda sua estrutura. Indiferentemente disso já é uma planta de crescimento muito veloz, cerca de 10 cm por semana quando bem iluminada. Em boas condições cresce mais volumosa com suas folhas mais próximas uma das outras e quando recebe pouca luz fica estiolada, com aspecto "magro" mas ainda atraente.

Seu crescimento está relacionado ao seu metabolismo acelerado. Devido a isso cresce muito, produz uma quantidade considerável de oxigênio e retira uma grande parcela de nutrientes da coluna d'água. Essa retirada de nutrientes se dá especialmente por via foliar. Tanto é que é muito comumente usada em aquários plantados recém-montados, evitando o aumento excessivo de algas verdes (as elódeas ganham por competição de alimento - nutrientes). Possui flores masculinas como femininas, emersas.

Seu uso não se restringe aos dados apresentados anteriormente: ela é extremamente útil para a reprodução de inúmeras espécies de peixes ornamentais. Apresenta aspecto denso e quando plantada em tufos de 3 ou 4 talos, essa característica é reforçada. Serve de abrigo aos ovos de peixes que tendem a devorá-los bem como aos alevinos, que buscam abrigo e alimentos nelas. Alimento pois tendem a "carregar" microrganismos em sua estrutura, devido a própria densidade das folhas, estes que servirão como primeiro alimento do recém-nascidos.Essa carga biológica "extra" não apresente caráter fundamental, mas já é uma ajuda no processo de criação da prole.

A Elódea é uma uma planta riquíssima em açúcares, sendo especialmente apreciada por peixes herbívoros e onívoros (inclusive marinhos). No aquário costuma ser a mais atacada. Peixes como Ciprinídeos (ex.: Barbos, Carpas e Kingyos), Caracídeos (ex.: Pacus e pequenos Tetras) e Ciclídeos (ox.: Óscares, Tilápias e Bocas-de-Fogo) são os principais consumidores, bem como diversos invertebrados como caramujos, camarões, lagostins e caranguejos; e até mesmo tartarugas aquáticas. 

Qualquer pedaço de elódea pode gerar uma planta: se cortar um ramo em pequeninos pedaços de 2 cm por exemplo, em menos de 15 dias terá inúmeras novas mudas. Por isso é muito fácil multiplicá-la e é exatamente por isso que é indicada em aquários de peixes vegetarianos: mesmo sendo severamente consumida seu crescimento é constante e logo a planta repõe a parte devorada.

Um fator muito interessante em relação à essa macrófita é o fato dela demorar para morrer e se decompor, muito mais tempo do que leva a maioria das plantas aquáticas ornamentais. Por durar tanto tempo amarelada, é muito usada na reprodução de Killifishes. Outra curiosidade é que em aquários de águas alcalinas e com dureza elevada costuma realizar descalcificação biogênica com maior intensidade.

Os únicos pontos negativos estão relacionados ao seu crescimento. Primeiramente é quase impossível montar um layout definido sem ser obrigado a podar constantemente a Elódea, com uma frequência maior do que as outras plantas, do contrário ela sombreará as demais. Além disso, pela sua resistência e adaptabilidade às mais adversas condições ambientais, é uma planta com altíssimo potencial invasor,sendo muito destrutiva nos ambientes em que é inserida. É capaz de cobrir a superfície de rios e lagos, dificultando a troca gasosa e matando as demais plantas por impedir a passagem de luz que, aos e decomporem, diminuem ainda mais o oxigênio disponível. Por isso toda a porção indesejada (resultado de podas por exemplo) deve ser destruída: jogue-a em terra firme (se torna um ótimo adubo) e jamais em água corrente (mesmo jogada no vaso sanitário por ser resistente pode chegar viva nos rios).

 

Ficha por:

Mateus Camboim
Foto por: 

Felipe Dalton
Crescent Moon