Valisnéria



Nome científico
Vallisneria spiralis


Nome Popular
Valisnéria, Valisnéria Spiralis


Família
Hydrocharitaceae (Hidrocaritáceas)

Origem

Ásia, mas pode ser encontradas (inclusive subvariedades) nas regiões tropicais e subtropicais da Terra.


Substrato fértil:
Desnecessário mas desejável.


Iluminação
Média à forte, de 0,6 à 1,5 w/l.


CO²
Indiferente.


pH
6 à 9.


GH
5 30 dH.


Temperatura
15 à 30ºC.

Porte:

Comumente descrita como até 100 cm, essa planta, quando em boas condições, chega a ultrapassar 150 cm facilmente.


Crescimento
Rápido.


Cuidado
Fácil.

Características

Planta muito comum nas mais diversas lojas de animais, é uma das mais rústicas macrófitas ornamentais. Sua beleza, incrível adaptabilidade e sua fácil manutenção a tornaram uma espécie muito popular ente os aquaristas.

É uma ávida consumidora de compostos como amônia, nitrito, nitrato e fosfatos, tanto por via radicular como foliar, dispensa o uso de fertilizantes líquidos e é muito usada no início das montagens de aquários plantados, pois evita o aparecimento exagerado de algas verdes (perdem por competição de nutrientes). Com um sistema radicular bem forte e bem desenvolvido, suas raízes podem facilmente ultrapassar 15 cm de comprimento. Isso além de garantir uma maior área de alcance da camada fértil, torna a planta muito bem fixa, evitando que seja desenterrada por peixes escavadores, como muitos ciclídeos. Seu crescimento exageradamente rápido também ameniza o ataque de peixes herbívoros, como peixes do gênero Etroplus (Mexiricas).

Fortes raízes, crescimento rápido e uma incrível tolerância com águas muito alcalinas e duras a torna ideal para aquários de ciclídeos africanos, pois atende a todos os pré-requisitos necessários, superando a maioria das plantas que não prosperariam em um ambiente tão hostil.

É uma planta que se reproduz de duas formas. Na reprodução sexuada, existe espécimes que gerarão flores masculinas e flores femininas, o que revela algo muito interessante: as flores femininas ficam presas em um pedúnculo até a superfície, onde desabrocham; já as masculinas ficam submersas e se soltam. Após se desprenderem, vão à superfície e ficam flutuando à deriva, esperando que ou o vento ou a correnteza natural as levem até a unidade feminina e ss encaixe, possibilitando à fertilização. Porém multiplicação se dá quase sempre por reprodução vegetativa, através de estolhos (runners), que vão avançando rentes ao substrato, gerando uma série de novas plantas, essas que lançam raízes. Quando essas plantas já estão bem enraizadas e capazes de produzir o próprio alimento de forma significativa, cortam a ligação com a planta-mãe e passam a se comportar como um indivíduo independente e auto-suficiente. 

Estolhos de Valisnérias:


A reprodução por estolhos é tão rápida que, mesmo que o aquário só disponha de camada comum, sem fertilizantes, a Valisnéria Spiralis é capaz de fechar totalmente o fundo - oque exige um cuidado constante por parte do aquarista no que diz respeito ao paisagismo.

A espécime do meio da foto é um estolho já bem enraizado de 30 e poucos dias de vida.

A Valisnéria é, idealmente, uma planta para ser usada em aquários de grande porte, devido ao tamanho que atinge. Como é estreita mas comprida, em forma de fita, até pode ser cultivada em tanques menores, mas vai exigir do aquarista constantes podas, pois suas folhas vão crescendo e se enrolando, bloqueando a passagem de luz e matando aos poucos as plantas rasteiras. Em aquários altos fica muito bonita, totalmente vertical. Em aquários horizontalmente extensos tende a ficar deitada, ao sabor da correnteza, gerando um efeito incrivelmente natural e belo de se observar. As partes das folhas que ficam mais próximas às lâmpadas tendem a adquirir uma coloração que vai do cobre ao avermelhado.

Veja como podem crescer as folhas da Valisnéria:

A Valisnéria é uma planta que, quando cultivada em grupos, é um ótimo abrigo aos peixes assutados ou mais tímidos. Promove aos animais uma sensação de segurança muito visível. É possível observar diversos OtocinclusParotocinclus,Physa, Planorbídeos, Lymnea e Trombetas passeando sobre suas folhas, à procura de algas verdes. Essas um tanto inofensivas à ela, pois é possível observar folhas completamente cobertas de algas e mesmo assim em constante crescimento, como se a Valisnéria fosse inatingível (geralmente algas matam as demais plantas por sufocamento quando as encobrem). 

Existem diversas espécies e variedades de Vallisneria, todas com comportamento parecido, variando apenas no tamanho, espessura das folhas e ondulamento.

Ficha por

Mateus Camboim
Foto por

Mateus Camboim e Crescent Moon