Malawi Bloat

Além das patologias "convencionais", a que todos os peixes estão sujeitos, os ciclídeos estão sujeitos a uma fatal, chamada "Malawi Bloat" (semelhante à hidropisia). Apesar do nome, ela pode atacar os peixes dos três lagos.

O conhecimento alimentar é um dos fatores determinantes para o melhor desenvolvimento do seu peixe, evitando assim o aparecimento de várias doenças, dentre elas o tão temido BLOAT.

O termo bloat, que significa inchaço no abdômen, sendo este o sintoma mais marcante e visível da doença. Este estado surge numa fase avançada da doença por incapacidade do peixe em controlar o seu mecanismo de osmorregulação que além da função de digestão e absorção também atua na respiração, sua maior incidência ocorre em peixes herbívoros, que obviamente têm uma dieta baseada em alimentos vegetais. Com esta dieta, o seu sistema digestivo é composto por um estômago pequeno e um intestino bastante alongado para lhe permitir tirar maior proveito da “alimentação relativamente pobre”. O erro na escolha ou na formulação da ração acarretará uma perda de desempenho e crescimento do peixe.


Algumas formas para diagnosticar se seu peixe tem bloat:

Os sintomas da doença são de fácil diagnóstico, por exemplo, sempre observar seu peixe, pois todos nós sabemos que peixes parados no substrato, apáticos, estressados, refugiando-se num canto, até buscando comida às vezes mais a cuspindo logo em seguida, com fezes esbranquiçadas, respiração ofegante podem, 
Ser um indício de bloat, mas já num estágio avançado da doença, estando o peixe com os olhos inchados e abdômen muito inchado e não se alimentando mais já não há o que se fazer, pois em menos de 24 horas ele morre.

Abaixo estão vários fatores estressantes que podem causar deficiência no sistema imunológico dos peixes, deixando-os vulneráveis às doenças:


1. Baixa de oxigênio (O2) 
2. Alto nitrito (NO2) 
3. Alta de nitrato (NO3) 
4. Altos níveis de amônia (NH3) 
5. Alta ou baixa os níveis de temperatura (ou temperaturas flutuantes) 
6. PH da água (fora dos padrões exigidos pela espécie) 
7. Iluminação (excessiva ou insuficiente) 
8. O manuseio descuidado de peixes 
9. Superlotação 
10. Não ter abrigos suficientes 
11. Assédio ou agressão excessiva 
12. Excessivo uso de sal 
13. Introduzir os peixes sem um período adequado de quarentena 
14. Dieta (alimentação excessiva ou de má qualidade) 



Em aquários mal cuidados os peixes ficam a mercê de todos os tipos de doenças, por isso é fundamental que sejam efetuadas trocas parciais de água (TPA’s) regulares de modo a manter os níveis de nitratos em valores não prejudiciais. Tropheus, por exemplo, são comedores vorazes, portanto, não só em seus aquários como no de outras espécies também necessitam de uma boa filtragem e trocas de água semanais. Parâmetros incorretos da química da água também deixam os peixes expostos a doenças. Aquários desequilibrados na escolha de espécies, onde existe grande conflito entre os habitantes, é um fator de stress. Entretanto, a porta de entrada desta doença em nossos peixes é a boca, pois alimentação incorreta é a principal causa desta. É, portanto, fundamental fazer uma alimentação regrada. Não dê alimentos demais, e nem dê alimentos com alto teor de proteína animal, como rações para carnívoros ou à base de carne, ou alimentos vivos como Artêmias.

Existe também uma possibilidade de um peixe estar sem se alimentar e não estar doente, pode ser que ela esteja de com ovos em sua boca e não se alimentar, por isso a importância da observação e dos estudos sobre seus peixes.

Alguns aquaristas, e eu também, já fizemos uso de um medicamento chamado Metronidazol. Este medicamento pode ser comprado na farmácia com o nome também de Flagyl.

O tratamento deve ser feito de forma diferente caso o peixe doente se esteja a alimentar ou não.
Fornecendo-lhe o medicamento na alimentação, embebendo-o na comida e deixando absorver. Vorazes como são, não haverá qualquer dificuldade que engulam o medicamento, por pelo menos 5 dias.

O segundo passo:
Eu fiz uso deste tratamento conforme indicou um brilhante aquarista europeu em que segue o tratamento indicado por ele: “tratamento com Metronidazol complementando com um antibiótico cujo principio activo seja Nifurpinol, que pode ser adquirido nas lojas da especialidade com o nome de Baktopur Direct (da Sera) ou Myxazin (da Waterlife), modo de usar, um comprimido de 250mg de Metronidazol, por cada 40 litros de água e adiciona-se o antibiótico na proporção indicada pelo fabricante.” Deve-se elevar a temperatura gradualmente até aos 30ºC e colocar uma bomba a produzir oxigênio. No início deve-se evitar alimentar os peixes para não poluir a água. De 8 em 8 horas deve fazer-se uma troca parcial de água, de cerca de 50%, no aquário hospital, e completando novamente com água do aquário principal, e repor os medicamentos na proporção de água trocada. Este procedimento deve repetir-se durante pelo menos 5 dias ou até os peixes doentes voltarem a mostrar indícios de estarem saudáveis e a alimentarem-se podendo em qualquer altura passar a fazer-se o tratamento por via oral através da alimentação, como acima foi descrito.

Boa sorte e saúde para os nossos peixes.

Desde já, quero agradecer aos que colaboram comigo, ao aquarista Wagner Rodrigues e a ajuda da “senhora internet”. Este pequeno informe que não é um tratado sobre a doença, mais sim uma ajuda para que nossos peixes não morram, pois como eu já tive um caso de malawi bloat em meu aquário e com a ajuda do tratamento que citei anteriormente eu consegui salvar meu peixe, sendo assim resolvi escrever em breves linhas uma ajuda a quem necessitar.

Penha Mara Cardoso.
Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2011.