Reciclando Refil do Atman-HF0600

Oi,


Há muito tempo que eu venho fazendo uso de uma técnica barata, simples e eficiente: a reciclagem do refil do filtro Atman HF - 0600, muito conhecido no nosso meio.

Essa técnica surgiu de uma necessidade pessoal: economia. Onde moro pago R$16,00 o refil (mais barato que encontro). Eu troco tal refil uma vez por semana, o que daria R$64,00 por mês sendo portanto R$768,00 ao ano. No caso de lavar o refil 1 vez, usaria 2 por mês, R$32,00, por ano R$384,00. Com essa quantia seria possível montar um aquário novo, aquele marinho, comprar um canister excelente, um cilindro de CO2, aquele substrato fértil considerado o melhor do mercado, kits de testes químicos, aquele casal de casal de Discos tão sonhado, uma coleção de livros recomendados por todos os aquaristas experientes, enfim, uma dezena de coisas interessantes.

Reciclando um refil, o custo é irrisório. Bem na verdade, não saberia calcular exatamente quanto eu gasto com cada refil que eu reutilizo. Sei que o metro de lã perlon custa aqui R$4,50, e dura mais que 6 meses. Agulha é de graça, já tinha em casa (e não custa mais que R$1,50). Fio de náilon é o mais caro, paguei R$14,90, mas possui uma duração admirável, mais que 2 anos. Arrisco-me a dizer que não dispenso mais do que R$3,00 em cada refil.

Bem, os materiais que precisamos para reutilizar um refil são os seguintes: 

Refil velho modelo Atman HF-0600;
2 pedaços (retângulos) de lã perlon (mais ou menos, o suficiente para cobrir 2x o tamanho do refil);
Carvão Ativado;
Fio de náilon (aproximadamente 2 metros);
Agulha;
Estilete;
Lixa média;
Tesoura,
Prego pequeno e
Escova de dentes infantil e nova.

Enfim, vamos ao passo-a-passo:





O refil velho. Pode ser feito com outro modelo da Atman ou até mesmo de outras marcas, porém pequenas modificações podem ser necessárias, talvez.




Com o estilete velho cortamos o perlon antigo.




Descartamos o perlon e também o carvão ativado que vem junto ao refil.




Novamente com o estilete velho em mãos, retiramos as rebarbas do perlon e também aquela saliência plástica onde fica a cola e o tecido. O estilete é ótimo para esse fim.




Com a lixa média damos o acabamento, deixando a superfície lisina e mais fácil de se trabalhar.




Só agora é que lavamos muito bem o refil, escovando-o com uma escova de dentes infantil e nova (para evitar qualquer resíduo químico). Retiramos então toda sujeira, poeira como também o pó da lixa.




Com o prego pequeno e a chama de um fogão vamos fazendo pequenos furos em todas as laterais do refil, exatamente um pouco depois da marca da saliência plástica. Esses furos podem ser mais ou menos espaçados (o mínimo são 12 furos) como também podem ser feitos com outro material pontiagudo.




Lixamos também as rebarbas dos furos, evitando que a lã perlon desfie ou que possam arranhar. Após esse processo lave novamente o refil, apenas superficialmente, em água corrente mesmo.




Nessa parte pegamos a agulha, o fio de náilon e os retângulos de perlon, indo à costura. Colocamos os pedaços de perlon em cima do refil e vamos costurando lateralmente.






Quando a metade já estiver costurada, colocamos as mídias para filtragem química, se necessário. Pode ser carvão ativado, que é o mais tradicional. Terminamos então de costurar totalmente.




Detalhe para ver como deve ficar a costura lateral. Podemos apertar um pouco para firmar bem. Dessa forma, rente a estrutura onde fica o carvão ativado, evita-se que o refil "emperre" no corpo do filtro, devido ao fio de náilon prender na ranhura interna do aparelho.




Terminadas todas as etapas anteriores basta usar a tesoura para retirar os excessos de perlon que ficam nas laterais e dar um acabamento no refil. E pronto! Está feito seu novo refil, esperando para ser usado novamente.

Esse processo pode ser feito inúmeras vezes. Já perdi mesmo as contas de quantas vezes eu já o fiz. Há quase um ano que não sei o que é comprar um refil novo. Gasto em torno de 15 minutinhos fazendo um e pronto, perfeito para ser usado no meu aquário. Uma variável possível e interessante é realizar esse processo, mas colocar no refil anéis de cerâmica ou Siporax Mini, e ao contrário de costurar com lã perlon, usar filó comum no processo, tendo dessa forma um refil próprio para filtragem biológica. É o que eu faço nas minhas montagens que utilizam esse filtro.

Como estou preparando os equipamentos e materiais para meu novo aquário, resolvi postar o passo a passo de como acomodo as mídias biológicas. Já faço exatamente desse modo no meu Temático Igarapé com excelentes resultados. É muito prático, seguro e firme, permitindo um manuseio mais facilitado: quando precisar mexer no filtro, desmontá-lo para limpar ou qualquer outra coisa, basta puxar pela aba que nem é necessário molhar as mãos!

Bem, para isso é necessário um refil comum, limpo (sem manta nem carvão ativado), com furos na aba rente a câmara onde fica o carvão (como explicado no começo do tutorial):







Um pedaço retangular de tule, o suficiente para cobrir o refil. Será costurado, firmando as mídias biológicas:




Acomode a mídia de sua escolha. Eu usei Siporax Mini da SERA, que considero excelente, além de ser próprio para filtros pequenos. Devido ao pequeno tamanho das pastilhas, coube uma boa quantidade:




É perfeitamente possível usar outras mídias, como os tradicionais anéis de cerâmica. A única diferença é na quantidade e no posicionamento, pois deve ser colocado um a um:




Não indico tal acondicionamento com anéis de cerâmica de baixa qualidadeaquários superpopulados ou com peixes que produzam muita matéria orgânica. Isso porque nesses casos, devido a baixa quantidade de mídia, a colônia de bactérias pode não ser suficientemente desenvolvida para processar a demanda de compostos nitrogenados. Seria então necessário fazer mais alguma bolsinha com tule, posicionando na frente desse refil, por onde sai a cascata de água do filtro.

Bem, feito isso basta costurar o tule pelos orifício feitos no refil, usando náilon para tal tarefa. Costure firmemente para garantir uma amarração segura e durável, já que ficará assim por um longo tempo:





Terminado o passo anterior, basta tirar o excesso de tule das laterais, facilitando a colocação no corpo do filtro:




Está pronto. Fiz isso no meu aquários desde sua primeira montagem. Quando ocorreu o acidente e tive que desmontá-lo completamente, bastou tirar o refil, colocar em um balde com água do aquário e um areador, e recolocá-lo após terminada a nova montagem. Os danos causados à colônia de bactérias foram com certeza muito diminuídos.

E nunca precisei alterar esse refil biológico. Quando precisava retirar alguma folha ou outro material presente, simplesmente puxava para cima o refil e depois reposicionava em seu lugar original. É mais uma alternativa viável.

Uma das vantagens notáveis desse processo, além da economia e evidente funcionalidade, é a possibilidade de controlar a quantidade de carvão ativado que se deseja usar. Coisa que não dá para controlar com refis novos, que já são adquiridos com uma quantidade pré-determinada.

Enfim, espero que esse tutorial seja útil de alguma forma. Boa economia!

Abraços. 



Tutorial por: 
Mateus Camboim